14 de dezembro de 2009

Jeff Buckley - Grace (1994)


There’s no time for the hatred, only questions: What is love? Where is happiness? What is life? Where is peace? Where will I find the strength to bring me release? Tell me where is the love in what your prophet has said! Man, it sounds to me just like a prison for the walking dead! Oh, i’ve got a message for you and your twisted hell! You better turn around & blow your kiss goodbye — to life eternal, angel…

(Jeff Buckley)


Primeiro , algo importante sobre este disco:você nunca viu ou nunca verá tão parecido com ele. Pode buscar similaridades mil com outros artistas (que é algo que farei nas próximas linhas) , mas nenhum deles uniu tais atributos em um álbum só.

Segundo: mas quem é esse tal de Jeff Buckley? Filho de pai ausente e genial (Tim Buckley , trovador maldito dos anos 60 que misturou rock , folk e jazz), criado por uma mãe severa e um padastro que foi bem legal com ele , dando-o discos do Led Zeppelin. Dono de uma voz potentíssima , com enorme extensão vocal de cinco oitavas (para os leigos: a normal para os humanos é de apenas duas) , usa-a com toda a propriedade. Estudou guitarra insanamente na adolescência , e de certa maneira , por esses dois últimos fatos , encarnou vários mitos em seu próprio corpo.

Buckley foi Nina Simone ao usar sua voz com tal doçura e sofreguidão em suas canções que até chega a incomodar (e dela fez um cover , "Lilac Wine"). Foi Page & Plant em "Eternal Life", facada guitarrística em corações solitários e tempestuosos. Foi Van Morrison ao usar símbolos e metáforas aliados a uma riqueza melódica e a uma voz inconfundível. Foi Cohen e foi Morrissey em uma melancolia poética , quase niilista. Foi Cobain ao explorar o ruído e a dissonância e ao morrer de forma trágica deixando uma obra curta pra trás.
.
Mas também foi ele próprio ao unir tais caracteres. Seus arranjos soam ao mesmo tempo simples , mas refinados e intrincados. É um filho bastardo do rock alternativo dos anos 90, do folk sessentista e do jazz. Começa underground tocando em botecos (como podemos ver no EP "Live at Sin-è") e conquista fãs como Bono Vox e Paul McCartney. Termina sua vida de maneira tragicômica , morrendo afogado no rio Mississippi ao som de "Whole Lotta Love".
.
Assume-se um amante bêbedo em "Lilac Wine" , pede desculpas e sente-se miserável em "Last Goodbye" , declara que o amor não tem fim na pungente "Lover , You Should've Come Over", mostra-se sobre o efeito de drogas em "Mojo Pin" e busca a redenção na desperança , como na irretocável regravação da "Hallelujah" , de Cohen. Nota: o próprio Cohen declarou isso.
"Grace" , de 94 , é seu único disco em vida. Não digo que foi suficiente , pois um grande artista sempre terá algo a oferecer - desde obras-primas tardias , como o SMiLe de Brian Wilson , até um espetáculo da decadência , à maneira de Michael Jackson , por exemplo. Mas definitivamente colocou o nome de Buckley entre os gênios de uma época.


Faixas:

1.Mojo Pin
2.Grace
3.Last Goodbye
4.Lilac Wine
5.So Real
6.Hallelujah
7.Lover, You Should've Come Over
8.Corpus Christi Carol
9.Eternal Life
10.Dream Brother

Download

"Jeff Buckley é uma gota cristalina num oceano de ruídos" (Bono Vox)

Myspace + Site Oficial + Wiki + Creditos

Um comentário:

  1. é d+... jeff simplismente é o melhor cantor aue ja ouvi...minha musica preferida é SO REAL.

    ResponderExcluir